Sunday, August 12, 2012

Feira de ciências ou arte?

Em sentido estrito, a ciência é inovadora pois estende a compreensão dos processos naturais e amplifica a potencialidade humana. É um processo que por vezes explica algo que já existe, mas não era compreendido, por vezes propõe novas formas de existir no mundo objetivo. Dessa forma, a ciência pode ser ou não criativa, e, semelhantemente, isto acontece com a expressividade humana.
A expressividade humana pode propor reflexão sobre o existente, não criando nada, ou pode propor formas inéditas de enxergar e atuar neste mundo objetivo, sendo portanto, um processo criativo.
É imperativo a criatividade na expressividade, ou que a criatividade seja expressiva? Creio que não.
Falo isso pois um observador avaliou meu trabalho (que eu considero como criativo) como sendo um trabalho típico de feira de ciências, e que eu precisava deixá-lo mais humanizado para que ele fosse mais acessível ao público.
Isso levantou a um questionamento sobre o apelo das mostras artísticas versus o apelo das feiras de tecnologia e ciência. A conclusão que extraímos (entre meus colegas) é que as feiras de tecnologia e ciência costumam ser muito mais atraentes que as mostras artísticas, que atualmente apresentam-se anêmicas e distanciadas do público.
A tecnologia atualmente atrai a atenção do público com tamanha virulência que é difícil imaginar um paralelo no mundo da arte. Basta olhar as conferências da Apple, que despertam rumores meses antes de acontecerem, ou as filas formadas para o primeiro dia de vendas de um novo Ipad.

Fila para o lançamento do Ipad 2

Dessa forma, é possível afirmar que a tecnologia é tão ou mais atraente que a arte no contexto atual, sobretudo devido a funcionalidade dos produtos.
Uma equipe empenhada no desenvolvimento de um produto tecnológico de ponta é formado por profissionais de excelência, que trabalham em conjunto de forma multi e transdisciplinar, apresentando novas possibilidades de existência, influindo diretamente na cultura, estilo de vida e até na evolução da espécie humana.
Não quero dizer que meu trabalho pessoal tem a pretensão de ser um proponente de evolução para a espécie humana, mas que um produto criativo pode fugir dos estereótipos da arte e da expressividade humana, aproximando-se das feiras de ciência, e mesmo assim serem atraentes para o público.

O meu trabalho ao qual me referi;


Rhythm Machine (work in Progress) from Italo Travenzoli on Vimeo.



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