O que é Creative Coding?

Para pensar em creative coding é preciso estabelecer um paralelo com a programação comercial: enquanto esta última desenvolve produtos para solucionar demandas do mercado, o creative coding é o uso da computação para fins criativos, ou como meio de expressão, que pode, ou não, ser um produto comercial. Ambos se valem da programação de computadores.
Creative coding é um termo mais amplo que arte computacional, pois arte computacional refere-se especificamente à aproximação da ciência de computação com as práticas que sejam tradicionalmente classificáveis como artísticas, como pintura, escultura, música, cinema, literatura, entre outras; enquanto o creative coding aborda todo uso criativo das ferramentas computacionais, em específico a programação, incluindo desenvolvimento de jogos, design, arquitetura, engenharia, eletrônica; o que pode não ser enquadrado como arte em sentido estrito.
O creative coding encontra-se numa área limítrofe entre ciência, tecnologia, arte e design (e muitas outras áreas), o que gera muita confusão para o público médio. Apesar do uso criativo da programação não ser recente, já que desde da década de 60 existem experimentos nesse sentido, o termo é pouco conhecido, até mesmo em instituições onde a criatividade é tida como característica básica. Eu estudei na Escola de Belas Artes da UFMG e só fui ouvir desse termo no último semestre, quando o professor Chico Marinho foi meu orientador do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), e mesmo assim, em conversas informais, longe da grade curricular.
Se profesores de arte na maioria desconsideram a computação como ferramenta criativa - ou mesmo agem preconceituosamente contra qualquer forma de expressão que fuja da tradicionalidade, imagine quem está fora do ambiente acadêmico...
O valor estético não é imperativo, assim também como a funcionalidade não é, mas ambos podem estar presentes, e às vezes simultaneamente.

O creative coding pode ser considerado como uma subcultura underground minórica, com características muito próprias, por ser uma comunidade que é atraída pelas ferramentas open source e que operam colaborativamente, desenvolvendo tais ferramentas, compartilhando códigos, bibliotecas, participando ativamente na manutenção, crescimento e desenvolvimento desta comunidade.
As linguagens, apesar de serem (quase que) exclusivamente em inglês, são universais, privilegiando a integração entre pessoas que compartilham interesses e visão de mundo. 
O ferramental é amplo, com diferentes graus de complexidade, propiciando a conquista de novos adeptos a cada dia. O potencial é enorme, variando desde experimentações toscas a obras distintamente profissionais no estado da arte, dependendo do uso que se faz deste ferramental.


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